segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

2013

No 30º dia, do 12º mês deste ano quase acabado, eu poderia dissertar sobre o sentimento que estou sentindo desde ontem...
Raiva? Não, isso eu sentia no passado quando era tudo novidade e eu ainda acreditava nas pessoas e confiava nos amigos.
Hoje o que eu sinto é tristeza, e não tem a ver com saudades, o que me magoa está presente e parece que nesta época se esforça para me me fazer lembrar que eu não posso baixar a guarda.

Há 2 anos atrás, 11 dias depois de enterrar meu pai, eu ia viajar para fugir dessa cidade, e de tudo que ela me lembrava e as pessoas para as quais eu entregava, literalmente a minha vida, desfizeram de mim, e nem levaram em consideração que meu aniversário era dali a 5 dias.

Eu aprendi, e se não bastasse, em 2012 teve repeteco, e este ano, não foi diferente.

Mas é melhor deixar isso pra lá, pq independente de qualquer coisa, 2013 foi um ano magnifico.
Eu amadureci e parei de chorar pelas tabelas por pessoas que não estavam nem aí pra mim (com exceção de ontem e hoje), eu entendi que as pessoas não precisam estar grudadas o tempo todo e que às vezes eu não vou conseguir agradar a todos, é a vida.

Entendi que as pessoas que eu posso realmente confiar, na grande maioria, carregam o mesmo sangue que o meu, e os que não, carregam uma aliança com meu nome no dedo.

Que as pessoas são tão ruins quanto o que o Bauman diz, e que sim, elas só pensam nelas mesmas e no que eu ou você podemos oferecer a elas, e se não tiver nada, elas vão te largar por algo melhor, não importa se sejam seus amigos há anos, elas vão te abandonar.

Este ano eu descobri a alegria e o medo das mudanças, o peso das decisões que podem mudar a nossa vida, e as que eu fiz neste período mudaram de fato.

Mudaram como eu penso, as minhas prioridades, e o que eu vou ser daqui para frente. Hoje a "Braveza" que a minha irmã mais velha disse que eu carregava está mais controlada, e eu consigo pensar de maneira menos desesperada, e fazer as escolhas pelos motivos que acho certo.

 Eu trabalhei demais, quis férias, descobri o que é ter o amor de uma criança, trabalhei mais, comecei a estudar, e enfiei uma meta na minha cabeça, morro de medo do fracasso, mas não me deixo desanimar.

Espero conseguir e fazer um post como um outro que tem aqui neste blog que só eu leio.

Fui surpreendida por uma das unicas pessoas no mundo que é capaz de fazer isso, e tive uma noite mágica, em que eu disse: SIM, para o resto da minha vida.

Eu descobri que as pessoas que eu não gostava podem se tornar grandes amigos, basta eu me deixar surpreender pelo novo.

Eu sinto medo todos os dias, tenho dúvidas e perco o sono.
Tenho saudade do meu Pai, e hoje em dia do café da minha mãe, mas me disseram que a saudade é o melhor sentimento que se pode carregar.

E apesar de tudo, tudo, tudo eu acho que estou indo pelo caminho certo.
Espero conseguir alcançar a minha meta, assistir mais filmes franceses, entender a identidade, ficar menos no facebook (a não ser pelo trabalho), conhecer mais pessoas e ir a lugares diferentes.

2013 foi um ano bom, eu ganhei uma família pronta, descobri Baudelaire, Hemingway, Machado De Assis e até o Iluminismo (sério, como eu não aprendi isso em lugar nenhum?).

Largar os meu Beatniks e romancistas bêbados por este período me deixa deprimida por um lado, mas realizada com as descobertas por outro.

É isso, meu velho estaria orgulhoso, i guess.

Que venha 2014 e os 27 anos.
365 dias para serem preenchidos.
Thiago, eu te amo.
Flávia, Camila e Gina vocês são a minha ligação com o passado, presente e também o que há de melhor para se levar para o futuro.


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Vai ano...

Vem ano e eu continuo sendo uma idiota.

Fazer questão dos outros é burrice.

Querer honrar compromissos e se fazer presente também.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O apartamento 4 do bloco 4A

O apartamento nº4 no bloco 4A não foi muito querido a princípio.
Foi difícil para a minha irmã mais velha, adolescente na época, deixar para trás o bairro em que cresceu e fez tantos amigos queridos, e mudar para o apartamento que a nossa avó construiu, e que de verdade, eu só fui entender a importância e como essa construção aconteceu depois de bem mais velha.

Eu e a minha irmã mais nova morávamos com a minha tia, avó e irmã, então mudamos também, mas sofremos pouco porque não tínhamos esse apego todo com o antigo bairro.

O lugar era feinho, não tinha nada em volta, nem asfalto direito, um ano se passou, eu e a Camila voltamos a morar com nossos pais, e me lembro da Flá chorando na hora da despedida e eu nem entendi muito bem, já que estaríamos tão pertinho dali.

Sei que ela passou por inúmeras coisas naquele apartamento, foi lá que ela arrumou um namorado que a minha avó e tia detestavam e namorou escondida um tempão, e o irmão desse rapaz foi com quem eu dei um dos meus primeiros beijos, foi também o primeiro menino que disse que eu era bonita, mesmo com meus quilinhos a mais.

Passamos tantos natais lá e não eram supeeeer animados, mas hoje me fazem tanta falta. Lembro de um, que a minha avó resolveu não passar em casa, e como ficamos chateados.

Foi querendo ir para o apartamento nº4 que eu peguei meu primeiro ônibus, e onde eu passava as minhas férias inteiras de escola, descobrindo como arrumar meu cabelo, sendo zuada pelas meninas do prédio que era malignas como toda adolescente, e sempre que eu saia de lá, voltava transformada para casa, era visível isso, eu sentia a mudança e gostava.

Foi lá que a minha irmã passou na USP depois de passar tantas noites em claro estudando, e lá também que a minha tia adoeceu e veio a falecer.

Foi lá que eu tive aulas com a Flá desde os meus 13 anos.
E também foi onde a minha avó perdeu o brilho dos olhos.

Quando isso aconteceu, eu voltei a morar no apartamentinho, mas desta vez só com a minha irmã, e foi quando a minha vida mudou.

O namorado que realmente me acrescentou algo, e na época era legal, conheceu essa casa antes da dos meus pais, e foi nela que eu descobri quem era Woody Allen (já falei mil vezes isso aqui), e um monte de gente que hoje servem de inspiração para a minha vida.

Conheci bandas, assisti Alta Fidelidade mil vezes, cantei Pavement bem alto, tomei porre com a minha irmã e levei muita bronca. Ah, e tinha sarau nas manhãs de sábado com direito a música clássica e tudo.

Foi nele que eu entrei na faculdade e chegava bêbada, triste, cansada etc, e com o tempo o namoradinho se foi... E as coisas continuaram caminhando.

Aí, chegou a hora da minha querida se casar, arrumou um amor para toda a vida e foi se embora ser feliz. Em menos de 3 meses eu estava de volta, desta vez com meus pais, no mesmo quarto que ocupei quando tinha 9 anos e com mais que o dobro da idade.

Trouxe amigos, o Thiago, fiz meu TCC, noite após noite, acordada em frente ao computador da sala, fumando os últimos cigarros da minha vida.

Aceitei namorar novamente com o Thiago dentro destas paredes, e foi uma das melhores coisa que fiz  <3 o:p="">

E foi no portão do condomínio, que o meu pai deixou eu, minha mãe e minha irmã mais nova sozinhas no apartamento nº4.

E foi aqui que nós superamos, e que a saudade martela dia após dia.

E hoje, chegou a minha vez de deixar este lugar que me viu crescer, me salvou e deve carregar a história da minha família, para viver o resto da minha vida em um novo apartamento, que eu espero, seja ocupado com tanta felicidade quanto este aqui.


Embalar as coisas para deixar esse lugar é sofrido, me traz uma saudade de todo mundo que já passou por aqui, de outros tempos, não por medo do novo, mas porque foi tão bom.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

A comodidade

A comodidade é mesmo uma merda!

Até eu que adoro uma vida organizada, regradinha e bonitinha, acho a comodidade um veneno.
Seja no trabalho que quando você se dá conta está fazendo o arroz e feijão diário na sua mesa invés de dar o melhor de si, enebriado pelo tédio e pela falta de desafios.
Em casa pela falta de vontade de arrumar aquele mural, de pintar uma parede ou de mudar os móveis de lugar...
E um dos piores tipos de comodismo, o do relacionamento, ah o relacionamento monótono, chato, sem graça, que não funciona, sem tesão, sem paixão ou diversão.

Um amigo acabou de me contar que o seu namoro está de mal a pior e que o fim é inevitável, e a culpa? O maldito comodismo, que como ele mesmo disse "Quando vc vê o sentimento já foi, o tesão tbm
e o que segura é o carinho e a amizade. Mas fica difícil manter só com isso." e fica difícil admitir, mas ele tem razão.

Quantas noites você poderia ver um filme que sempre quis, que está ali na sua cara, disponível na internet ou coisa do gênero e resolveu ceder a preguiça virar para o lado e dormir?

Quantas vezes você poderia ter cedido ao sexo da madrugada ou o matinal?
Quantas vezes você perdeu a chance de comemorar uma data idiota de namoro?
Quantas vezes você perdeu a chance de fazer algo legal e diferente para a pessoa que ama?
Quantas vezes você deixou de escrever coisas bonitas para o idiota que está ao seu lado com olhos brilhantes ansioso por um gesto de amor?

Quantas vezes você gritou por nada? Quantas vezes você brigou por nada? Quantas vezes poderia ter relevado e quantas vezes você deixou de lado quando não deveria?

Quantas vezes você dormiu de cara fechada por bobagem, e virou para a parede invés de dar um abraço apertado no amor que estava ao seu lado?

De verdade... quantas vezes as pessoas estragam tudo por estarem acomodadas?


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Eu e a sorte


Eu nunca fui uma pessoa sortuda, de verdade, sofri todo tipo de bulliyng  na adolescência e para ajudar tive uma doença bem grave que preciso constantemente me cuidar para que não aconteçam recaídas.
Sem contar que também teve época em que a sorte bateu na minha porta e eu simplesmente pedi para avisar que não estava.

Aí, um dia aconteceu uma coisa, um rapaz olhou para mim, disse que eu era a menina mais bonita do mundo, tentou segurar a minha mão e disse que nunca mais sairia de perto de mim...

Eu não acreditei, e nem me deixei levar, jamais me achei digna de sorte alguma, e naquela situação, com pouco tempo da morte do meu pai, era difícil pensar que algo de bom poderia me acontecer. E aconteceu.
Minha vida nunca mais seria a mesma, e eu não me sentiria mais sozinha, diferente ou deslocada, eu não iria mais sofrer bulliyng, e invés de apelidos horríveis, eu ganhei dois nomes carinhosos: amor e princesa.

Até hoje quando ele diz princesa, eu sinto meus pés pinicarem e empolgação subindo, ele me chama de linda e eu não consigo disfarçar o sorriso que brota nos meus lábios... Eu não consigo deixar de acreditar que essa é uma das sensações mais incríveis que o ser humano pode desfrutar.

Ele encosta em mim e meu corpo inteiro responde, e ouvir a respiração dele enquanto dorme é a melhor canção de ninar para o meu sono, a barba roçando no meu pescoço é o que faz arrepiar tudo em mim, e também sonhar acordada.

Ele me faz rir, tem a leveza e a descontração que sempre me faltaram, ele acalma o meu lado mais tenso, e aflora a delicadeza que eu nem sabia que existia adormecida dentro de mim, ele me faz flutuar.
A maneira como me olha, como me beija, como me toca, como dorme agarradinho porque quer é o que me faz achar que ele foi feito para mim, só para mim e que tudo que já passamos foi só um passatempo da vida preparando o terreno para que construíssemos a nossa história, em um solo firme, sem rachaduras, desníveis ou incertezas.

E quando eu paro um segundo e penso no rosto, cheiro e gosto dele, eu só consigo ter a certeza de que a sorte dessa vez bateu na minha porta e eu a mandei embora, só que ela descobriu que a janela estava aberta e me pegou de jeito.
E hoje eu viveria sem você, mas prefiro acreditar que sou mais completa quando meus dedos estão entrelaçados aos seus.

Eu te amo, minha sorte grande.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Em segundo lugar

Sabe, desde pequena eu gosto de ser a primeira.

A primeira filha que a minha mãe e meu pai tiveram juntos;
A primeira a tirar A em todas as provas de biologia do profº Paulo na 8ª série;
A primeira da sala a ser melhor aluna de São Paulo pelo Saresp por dois anos seguidos;
A primeira a ler Vidas Secas (porque a Flá me apresentou o Graciliano);
A primeira a ler Machado Assis (a Flá também me apresentou ele);
A primeira a assistir filmes e series com legenda e não reclamar;
A primeira a gostar de comida japonesa;
A primeira a sair e virar a noite;
A primeira a ter um alargador;
A primeira a coloca piercing;
A primeira a tirar 10 na matéria de Teoria da Comunicação na faculdade;
A primeira a 9.5 na matéria do Perillo;
etc... etc.. etc...

Eu fui a primeira em tantas coisas, alguma até que bem ruins, e batalhei tanto para ficar pelo menos entre os primeiros em tudo que fiz, e aí me vem a vida, me passa uma rasteira e me coloca em segundo lugar...

E só o que eu posso dizer é que eu entendo porque aquela expressão terrível no rosto das pessoas que sobem ao pódium para receber medalhas de prata...

O segundo lugar é uma merda.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Quando...

parece que todo mundo te acha uma idiota...

:(

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Uma tristeza sem fim

Depois que inventaram "Desculpas" o mundo piorou.

Ah, piorou, em pensar que você leva uma surra na escola, sai roxo, e vem o filho de quenga e pede desculpas (obrigado pela diretora e pais) e fica tudo bem.

Pensa bem, ele merecia uma surra de volta, no minimo!

É isso que vem me perseguindo, as pessoas têm se aproveitado tanto de mim por saberem que eu gosto delas.
Acabam usando isso como uma ferramenta para me fazer de tonta, sério mesmo.
Não estou me fazendo de coitada, jamais, até porque, isso aconteceu mais de uma vez.

O negócio é que agora isso começou a me machucar mais, porque também percebi que é fácil ser substituída, e esse maldito livro do Bauman, está me fazendo chorar sem parar.

O livro? Amor líquido.
A dor? Laços frouxos.

"homem moderno, ávido por relacionar-se, ao mesmo tempo em que busca uma relação, e desta maneira repudia a solidão, não abre mão de sua liberdade, e para manter a liberdade mantêm a relação, entretanto com uma outra configuração . Desta maneira, temos um novo modelo de relação amorosa: é a relação líquida, frouxa."

São tantas desculpas, tantas trocas, tanto oportunismo, tantas escolhas baseadas no que vai te beneficiar que a garganta aperta machucada e cheia de coisas que deveriam ser ditas.
E a sensação de guardar tudo isso é parecida com a de engolir vômito.

Não consigo mais.
Coleciono desculpas que servem para pouco mais de um ano inteiro. E isso não dá mais. Não aguento engolir vômito ou ouvir palavras vazias. A feriada está doendo, as lembranças de tudo que já me fizeram ainda mais.

Chega.
Chega de desculpas esfarrapadas. De vazio e dessa merda toda.
Eu cansei dessa tristeza sem fim.

"O investimento pressupõe “lucro” – uma relação firme e feliz capaz de gerar satisfação para sempre –, todavia, não tendo este como resultado o que resta é uma desolação de tempo perdido e trabalho desperdiçado como esforço inútil."