quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Eu vou ser gente

eu amo essa foto velha <3 br="br">
O aniversário dela é amanhã, mas eu quero escrever hoje :)

Não sei escrever bonito igual ao moço russo que ela sempre insistiu para que eu lesse (e hoje eu leio), mas eu vou tentar.

A minha irmã mais velha diz que me ensinou a andar, que ficava insistindo de um lado da sala e chamando: Vem, Tiane! Vem aqui! 
E eu começava a andar com as perninhas gordas, toda atrapalhada e pá, caia de bunda.
Até que um dia deu certo.

Engraçado que nós não esperávamos que isso se repetiria muitas vezes durante toda a minha vida.

Foi ela que quando todos achavam que eu era um problema, me acolheu, e mostrou que sim, existe um lugar no mundo para pessoas diferentes, e na verdade, eu nem precisava me adequar. O adequado é tedioso, conformado, chato, bege (é ele vem em tons pastel), sem voz ativa e meio burro.

Foi enquanto eu morava com ela que aprendi o que era certo e errado, que para você ser alguém, antes de tudo, é preciso ter caráter, e isso dinheiro nenhum no mundo pode comprar.
Que o caminho da honestidade pode ser o mais difícil, mas é também o que te leva ao travesseiro e te proporciona uma noite de sono tranquila de consciência limpa.
Aprendi que tudo o que vai volta (tá, é clichê, mas aprendi a levar a sério), a lei da vida acontece de verdade, com amores, amigos, desafetos e tudo do universo. Pode apostar, quem sente na pele aprende a respeitar o próximo.

Foi deitada no chão da sala enquanto ela estava no sofá que assisti a maior parte dos filmes do Woody Allen, e do Almodôvar também. Foi com ela que aprendi sobre arte, cinema, teoria da comunicação e filosofia, esse último acho que me salvou daquela bolha em que a maior parte das pessoas vivem, completamente bitoladas e sem questionar as coisas.

Foi ela que me ajudou a estudar quando eu não conseguia passar na prova do Perillo, me ajudou com o TCC, procurou escolas de inglês... E por aí vai...

Ela que me traz paz quando estou aflita, e diz que sonhou com borboletas e que isso é sinal de boa sorte.
Ela que é o ser mais iluminado que já pisou na Terra, capaz de perdoar até as pessoas imperdoáveis.

Ela que evoluiu em um ano, o que pessoas não evoluem em uma vida.
Ela que tem o marido mais legal do mundo, e que parece er sido feito a mão, só para fazer ela feliz.

É ela que merece toda felicidade do mundo e que faz aniversário hoje.

Flá, obrigada pelo chacoalhão de anos atrás.
Sou extremamente grata a ele.

Parabéns e nem com mil palavras seria capaz de escrever o quanto você fez por mim e como eu te amo.

Do seu irmão que te ama e admira: Cris (tiano) haha

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Surpreende


Eu me surpreendo diariamente, não sei bem como a vida, aliás, as pessoas conseguem.

Tem gente que gosta de ser o centro das atenções, o que me lembra muito a Charlie, um dos amores do Rob do Alta fidelidade. Lembram?

Outros sabem como viver bem usando as pessoas, estranho, né? Eu também acho.
Mas é assim, você usa cada pessoa para uma coisa especifica que te proporcione um bem pessoal, um sai com você para pegar quando parece que os amigos comprometidas não vão, o outro você usa para aparecer, estar em evidência e aparecer em fotos, um terceiro para conselheiro de amores quebrados, travados e falidos, e um último, ah, emprestar dinheiro, que sabe. Citei quatro, mas as pessoas cultivam muitos desses.

Chega a ser engraçado.

A minha irmã me deixou muito pensativa com uma frase (eu não lembro exatamente mas é mais ou menos isso): Nada choca mais do que perceber que você não é o que pensa que é, ou acha, ou gostaria.

Pensa, assim como eu, você e meia dúzia de pessoas que conhecemos, somos frustrados.
Eu adoraria ter um emprego incrível, e ter tempo para fazer todas as coisas bacanas que a vida cultural paulistana pode me proporcionar e não dá :(

Eu adoraria ser um gênio do cinema e da arte, mais que de qualquer coisa e parece que falta tanto.

Agora imagine que o seu problema seja o que você parece, o que você realmente acha que as pessoas olham e enxergam de verdade?

Acho que a gente consegue fingir e encenar mil coisas (mesmo que corra o risco de ser desmascarado em meio a uma discussão), mas a capa velha de guerra, essa demonstra exatamente o que você é, e nada além disso, com um pouco mais de maquiagem, cabelo mais arrumado ou coisa assim, mas nunca vai ser diferente, eu por exemplo, sempre vou ser estranhinha, que fica meio esquisita de vestidos floridos ou rasteirinhas, porque como essa mesma irmã que citei ali em cima disse: Eu tenho um estilo muito meu.

Achei bonitinho isso, escolhi levar pelo lado bom.


Bom, mas eu juntei coisas que andei pensando demais e joguei tudo ao vento, outro dia paro para escrever mais sobre o que isso do "pensar ser o que não somos" me rendeu.

Por enquanto, ando só decepcionada.
Mas acho que devo ter passado pelo "espremedor de bagos" do conto do Bukowski, porque ando até mais calma, mesmo indignada e sofrendo decepções diariamente... Quem sabe.