quinta-feira, 28 de julho de 2011

tempo




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Sobre o famoso pedido de tempo, dos relacionamentos.


Olha, até mais ou menos, um mês atrás, eu falava "não acredito em tempo", isso porque, acreditava piamente que o "tempo", nada mais era que uma maneira de adiar o pé na bunda.


A pessoa que sugere isso, justifica com um "é para pensar melhor no que eu quero", mas o fato é que já está de caso pensado, decisão tomada, mas não quer dar o tiro a queima a roupas.

Eu usava esse discurso, sem nunca ter passado por essa experiência, e acreditava que jamais iria topar "dar um tempo", já que na minha cabeça o fim estava dado e aceitar seria andar lentamente para a forca.

Até que...


Aconteceu, me pediram um tempo.
E eu dei!
O complicado é que nós realmente precisavamos pensar em tudo, nos altos, baixos e erros do relacionamento. Ver se realmente vale a pena.

O tempo: 30 dias, ele em Minas Gerais, eu em São Paulo.
30/06 à 31/07


Confesso ter pensado que seria moleza, afinal, estou na minha cidade, tenho uma amiga pau pra toda obra, contatos, sei onde as festas legais acontecem e... estou "semi- solteira".

Tarefa fácil, férias de julho e muita bagunça.

Aí, é que eu cai do cavalo.

Conforme as semanas foram passando, os finais de semana chegando, dia a dia, a angustia ia crescendo.

Não conseguia me divertir, comecei a pensar nos motivos que me levaram a estar ali, naquelas festas. O motivo que algum menino iria chegar em mim.

Onde isso iria chegar? Eu queria mesmo estar ali? Eu estou realmente me divertindo?
Tive as minhas respostas, uma a uma.

Não sabia como portar, o que podia fazer, se estava solteira, ou se estava namorando, se ele estava com alguém, se não estava, se pensava em mim, se sentia minha falta, se ainda me queria, se não tinha se apaixonado por uma mineira, e várias outras inseguranças, mas a pior, que me tirava o sono e a fome, era: Ele ainda vai me querer quando voltar? Ele vai terminar comigo? Eu vou sofrer, eu vou morrer!

Me sentia triste todos os dias, em alguns momentos batia o desespero, não soltava mais as gargalhadas insuportáveis do departamento, passei sábados e domingos na cama assistindo friends ou qualquer coisa que não me fizesse pensar.

Os dias se tornaram uma eterna contagem regressiva.

Hoje é dia 28/07, o tempo acaba daqui 3 dias, e eu estou esgotada, cansada, desanimada, mal humorada, no limite de tudo.

E até agora não tenho a minha resposta.

Depois disso, se alguém me pedir "um tempo", eu peço para que a pessoa vá embora de uma vez, porque esse sofrimento de insegurança e incerteza, é pior que qualquer término de namoro.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Suicídio


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Tem gente que gosta de sofrer.
Só pode.

A ponto de jogar fora o cara bonzinho, gente boa, calmo e que aceita qualquer coisa que você diga;
Para ficar com o mentiroso, ignorante, falso e burro.

Persiste.
Não é fácil largar quem te trata mal.
Você se engana, acredita que seja só uma fase de adaptação.
A menos que esfreguem a merda na sua cara, você tenta.
Chega a ser estupidamente teimosa.

A pessoa consegue te deixar do tamanho de uma formiga.
Você, orgulhosa, determinada, decidida...
Fica ali, estática, te levam a achar que é burra, estúpida, que não entende nada de cinema ou arte, que escreve com o pé de tão ruim que são seus textos, seu gosto musical é uma piada.
Uma vadiazinha de merda que gosta de seriados.
É isso.
Seus amigos são idiotas demais;
Seus pontos de vista errados;
Sua risada é muito alta;
Seus hobbies são fúteis;
Suas roupas são de hipster.
Você não passa de um clichê mal feito.
Ingênua, ignorante e boba.

Ele pisa nas suas declarações;
Zomba da sua saudade;
Manda sms's que te partem em mil pedaços;
Desfaz das músicas com trechos grifados que você manda;
Passa por você depois de uma mês e mal te dá "oi".
Te coloca em segundo lugar, atrás de todo o resto.

E você continua ali, chora, insistentemente todos os dias.
Chega a ser burra de tão cabeça dura.
Parece que você tenta só porque não quer carregar mais essa derrota, esse título de incompetência, e precisa ter mais uma chance para completar a prova com perfeição.

Perdeu um pouco de si.

Suicídio amoroso.
A corda está no seu pescoço e você só pensa em pular.